segunda-feira, 13 de abril de 2009

Idéia fixa

Há não muitos posts atrás, citei minhas aulas de Literatura Brasileira, do Ensino Médio. Nos últimos dias tenho lembrado-me muito delas.
Sábado, sem mais nem menos, esbarrei na professora destas memoráveis aulas.
Emocionante. Uma das minhas mães do coração.
Acabei descobrindo que hoje é seu aniversário.
Parabéns a esta que compartilha comigo sua paixão pela Literatura Brasileira Clássica e que se emociona comigo, sentindo as palavras que lemos.

*

Analogia às minhas idéias fixas.

"A minha idéia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se idéia fixa. Deus te livre, leitor, de uma idéia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho.
Era fixa a minha idéia, fixa como... Não me ocorre nada que seja assaz fixo nesse mundo: talvez a lua, talvez as pirâmides do Egito, talvez a finada dieta germânica. Veja o leitor a comparação que melhor lhe quadrar, veja-a e não esteja daí a torcer-me o nariz, só porque ainda não chegamos à parte narrativa destas memórias. Lá iremos. Creio que prefere a anedota à reflexão, como os outros leitores, seus confrades, e acho que faz muito bem. Pois lá iremos. Todavia, importa dizer que este livro é escrito com pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado da brevidade do século, obra supinamente filosófica, de uma filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, coisa que não edifica nem destrói, não inflama nem regala, e é todavia mais do que passatempo e menos do que apostolado.
Vamos lá; retifique o seu nariz, e tornemos ao emplasto. Deixemos a história com os seus caprichos de dama elegante."


Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

1 comentários:

Marcel Hartmann disse...

eu tô lendo esse livro agora :D

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